Um rapaz viu na chácara de seu pai, um lindo e simpático porquinho. Ele era alegre e brincalhão. Um porco irresistível! Decidiu não ouvir sua intuição que lhe dizia que PORCO É PORCO e seguiu em frente: tirou o porquinho do chiqueiro e o levou para casa, pensando que ele poderia ser um animal de estimação.
O porco tinha uma vida de cachorro: uma linda casinha , com colchão limpinho dentro, pet shop e passeios no calçadão. O dono todo dia dava atenção, carinho e tentava inserir o porco no mundo dos animais de estimação; o porco também deveria colaborar, mudando um pouco para se adaptar à nova vida, mas o porco não mudava nada. Nem amor nem carinho resolviam. O porco queria era que o dono virasse um suíno também.
O tempo foi passando, e por mais que o rapaz investisse na "cachorrização" do porco, pouco progresso aconteceu. O porco fazia muita "porcaria", afinal ele não passava de um PORCO: fazia suas necessidades em qualquer lugar, menos no local ensinado; invadia a casa e fuçava a lata de lixo, destruiu o travesseiro que lhe servia de colchão e qualquer coisa que estivesse ao seu alcance. A casa do jovem foi praticamente demolida.
O rapaz não desistia fácil: dava aquele banho no porquinho, mas sempre que tinha chance , o animal rolava na lama, ficando "emporcalhado". Para constrangimento do jovem, o porco que tinha virado um monstro de forte, durante os passeios no calçadão, o arrastava quando via fezes de cachorros e comia uma por uma, ficando com o focinho imundo, enquanto as pessoas viravam a cara enojadas.
Se achasse sujeira pior como lixo pútrido, ou vômito o show era certo: o rapaz puxando inutilmente, e o porco comendo, deitando e rolando na imundície, seu paraíso natural, enquanto não faltavam plateia e comentários críticos.
Por fim, sem mais forças, e se questionando sobre o destino do porco: talvez ele tinha nascido mesmo para ser presunto e a lama da qual tanto ele tentara afastá-lo fosse seu lugar. Pensando assim desistiu da empreita, que considerou impossível de promover um porco de chiqueiro a animal de estimação. Levou-o para a chácara de seu pai onde havia um bom lugar para ele. Lá com certeza o porco seria feliz. Quem sabe, algum dia , se o trauma passasse ele dotaria um bichinho adequado. Ele não acreditava muito nessa possibilidade... quem sabe...o tempo cura tudo.
Algumas coisas podem ser mudadas ou aprimoradas, OUTRAS NÃO: PORCO É PORCO. SEMPRE VOLTA PARA A LAMA, NA PRIMEIRA CHANCE QUE TIVER!
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